Faceira, Tororó e Caquende

Descobrindo Faceira, Tororó e Caquende – equipe Faceira/Tororó

Bairro Faceira

Bairro Faceira

Recebemos a tarefa de realizar um Mapa Sonoro da Cidade de cachoeira. De inicio, uma atividade simples onde poderíamos compreender como funcionam os equipamentos de som e buscaríamos sons de bairros e ruas específicas para documentar. Logo, foi revelada para nós uma experiência de sensibilidade para poder notar os arredores de onde vivemos. Os sons estão todos lá e nunca nos deixam em silêncio. O bairro da Faceira apresentou sua identidade, única, como qualquer outro ponto em que poderíamos ter escolhido gravar. Lá estavam pássaros, folhas, vento, o rio que corria e sons que, apesar de incomodarem, estão lá juntos, como buzinas de carro, marteladas, carros de som. A experiência que tivemos foi a de perceber como a identidade sonora de um local é altamente vívida e que merece ainda mais atenção.

Equipe de captação dos bairros Faceira e Tororó (Camila Gregório, Filipe de Oliveira, Paloma Cristina e Pedro Maia)

Placa no bairro Faceira

Placa no bairro Faceira

Quando fomos gravar pela primeira vez com o PCM, eu nem sabia como ligava e também fiquei tão deslumbrada com a amplificação sonora que quase não o desliguei. A segunda vez já foi para o Mapa Sonoro e como não tinha muita experiência com o bairro, me afastei para ouvi-lo, enquanto meus amigos gravavam. Percebi que eles gravaram bastante a orla e a rua, então senti necessidade de caminhar adentro das residências e escutar a sinfonia do cotidiano do bairro do seu lado mais caseiro possível. Entre uma gravação e outra eu tive bastante contato com o gravador Tascam e o Edirol o que me permitiu uma autonomia e segurança maior nas últimas duas gravações. Na segunda ida à gravação do Mapa Sonoro, apesar de perdida, encontramos um Caquende bem diferente do que eu imaginava. Fomos pra beira do rio e descobrimos que ele corta partes do bairro entre uma rua e outra, e lá pessoas lavam roupas e tapetes. Uma coisa boa em ter perdido os arquivos foi o fato de ter que ir cobrir o Tororó. Um bairro que vai de quadras com carro de som e barzinhos a uma área onde quem impera sonoramente são insetos e claro, o rio. A sinfonia cachoeirana é realmente rica. Para alguns ela pode ser só barulhenta, mas para mim, ela é variada. Dependendo do local, você pode ir de silêncio à agito em um estalar de dedos.

por Paloma Cristina.